INSTITUTO
IKTUS
NÚCLEO
DE PSICANÁLISE CLÍNICA
RENATA
ZANGERÓLAME DE OLIVEIRA
COMENTÁRIO
DO FILME
O
SEGREDO DE NEVERWAS
CACHOEIRO
DE ITAPEMIRIM
2016
O
SEGREDO DE NEVERWAS
Todos temos nossas fantasias, porém existem aqueles que
já não conseguem separar a fantasia da realidade, penetram de maneira tão
enfática em seu mundo fantástico que acabam por privar-se da realidade, o que
ao invés de trazerem benefícios acabam por fazê-lo isolar-se de tudo e de
todos. Percebo que este filme trata de uma situação parecida com esta citada
acima, onde a fantasia vivenciada acabou por fazer parte da realidade vivida. Às
vezes no mundo que cria para si mesmo o paciente permite que nele esteja
intrínseca uma nova realidade, por não conseguir encarar os fatos que o
acometem em seu dia a dia. Acredito que a fantasia seja uma forma de mascarar
os desencantos da vida e de enfeitar um pouco, buscando cores ao mundo cinza
que atormenta a tantos que por vezes não conseguem lidar com seus problemas.
Desta forma optam por fantasiar e criar um mundo somente seu, onde nada de ruim
o alcança. Sonhar com aquilo que nos agrada e preenche é reconfortante,
imaginar-se fora deste mundo, desta selva de pedras realmente é desejo de
muitos, mas o importante é saber retornar deste mundo mágico. Quem já não se
pegou sonhando de olhos abertos? Ou mesmo se imaginou andando por uma estrada
sem fim? As duas maneiras nos remetem a tentativas de senão fugir, ao menos
aliviar uma situação de tensão para a qual ainda não foi encontrada uma
solução. Não vejo o fantasiar, como um problema, uma vez que todo ser humano
lança mão de tal recurso para aliviar suas tensões, considero um problema real,
quando a pessoa se entrega totalmente ao mundo imaginário, sentido-se tão
confortável nele que sozinho não consegue achar o caminho de volta.
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