Curso
de Psicanálise Clínica
TRABALHO
MÓDULO III
Formando:
Renata Zangerólame de Oliveira
Cachoeiro
de Itapemirim 12 de março de 2016
Resumo
sobre todos os Aspectos relacionados a Transferência e a Contra transferência.
A
transferência é um fenômeno que ocorre na relação paciente/terapeuta, onde o
desejo do paciente irá se apresentar atualizado, com uma repetição dos modelos
infantis, as figuras parentais e seus substitutos serão transpostas para o
analista, e assim sentimentos, desejos, impressões dos primeiros vínculos
afetivos serão vivenciados e sentidos na atualidade.
Posteriormente,
quando se tiver tornado arrebatada ou tiver sido convertida em hostilidade,
torna-se o principal instrumento da resistência. Poderá então acontecer que
paralise os poderes de associação do paciente e ponha em perigo o êxito do
tratamento. Não é possível falar em análise sem transferência. Não se deve
supor, todavia, que a transferência seja criada pela análise e não ocorra
independente dela. A transferência é meramente descoberta e isolada pela
análise. Ela é um fenômeno universal da mente humana, decide o êxito de toda
influência médica, e de fato domina o todo das relações de cada pessoa com seu
ambiente humano.
A transferência surge do contato
emocional dos pacientes com a situação analítica e por se tratar de uma relação
dinâmica, é algo vivo. Por outro lado, sabemos que a transferência leva o
analista a apresentar uma resposta emocional frente ao seu paciente. É preciso
destacar que esse encontro envolve duas pessoas, duas vivências. Desse
relacionamento surgirão afetos, sentimentos, vivências inconscientes que vão
engendrar mutualidade, tratamento relacional que está inserido no âmbito da
intersubjetividade. Assim sendo – paciente e analista –, estão
irremediavelmente vivos. Dessa forma, consideramos o efeito da presença
na vida psíquica de cada participante do encontro.
A oposição transferência x
contratransferência constitui, por conseguinte, o eixo essencial do processo
analítico. Assim sendo, a teoria da transferência se articula necessariamente
com a da contratransferência.
Tipos de
Transferências
Em 1912 Freud descreveu três diferentes tipos
de transferência: a negativa, a erótica e a positiva. Sendo que a negativa e a
erótica eram consideradas como as que dificultavam o trabalho terapêutico, e a
positiva como a que auxiliava o trabalho terapêutico.”
(LÖSCH, s.d.)
Transferência Negativa
Segundo Löst, s.d., a transferência negativa era considerada como
transferência de sentimentos hostis em relação ao analista, podendo também
representar uma forma de defesa contra o aparecimento da transferência
positiva, podendo coexistir, mesmo que infimamente com a transferência
positiva.
Transferência Erótica
A transferência erótica era considerada aquela onde o
analisando transfere para a pessoa do analista sentimento de amor, ou seja,
quando o paciente diz estar apaixonado pela pessoa do analista. Quando isso
acontece, o paciente perde o interesse no tratamento e fica “inteiramente sem
compreensão interna e absorvido em seu amor”. O foco das sessões será o amor
que o paciente exige que seja retribuído e esse é exatamente o objetivo do
paciente. O paciente esta resistindo à análise. Ele coloca suas defesas em
prática para não se lembrar ou admitir certas situações passadas. (LÖSCH, s.d.)
Transferência Positiva
Freud a conceitualizou da seguinte forma: “Transferência positiva é ainda divisível em
transferência de sentimentos amistosos ou afetuosos, que são admissíveis à
consciência, e transferência de prolongamentos desses sentimentos no
inconsciente.” (FREUD, vol. 12, 1912, p.140)
“A transferência
positiva é compreendida em termos dos sentimentos de simpatia e afetivos
conscientes, dirigidos à figura do analista e também inconscientes, sendo esses
últimos de natureza invariavelmente erótica. ”(ROBERT, s.d)
Castro
(2005) diz que em 1910, surgiu o conceito de contratransferência, como sendo
uma reação do analista provocada pela transferência do paciente, e, como tal,
algo a ser superado ou ultrapassado para que o analista volte a trabalhar em
condições adequadas. No trabalho de 1912, Freud conclui que o médico tenta
compelir o paciente a ajustar seus impulsos emocionais ao nexo do tratamento e
da história de sua vida, submetendo-os à consideração intelectual e a
compreendê-los à luz de seus valores psíquicos. E que “esta luta, entre o médico e o
paciente, entre o intelecto e a vida instintual, entre a compreensão e a
procura da ação, é travada, quase exclusivamente nos fenômenos das transferências”.
Pode-se entender a contratransferência como sendo como sendo
uma reação do analista provocada pela transferência do paciente, uma
manifestação indesejável do tratamento, um obstáculo a ser evitado e, como tal,
algo a ser superado ou ultrapassado para que o analista volte a trabalhar em
condições adequadas.
Transferência e contratransferência são
conceitos centrais na compreensão da relação terapêutica nas diversas vertentes
da psicanálise. Desde o início de sua prática clínica, Freud depara-se com a
dinâmica da transferência. Podemos entender e concluir que a Transferência foi
considerada por Freud um instrumento central de todo tratamento analítico e foi
reconhecendo, gradativamente que os pacientes repetiam na sua relação com o médico
(psicanalista) aquilo que tinha vivido na infância com outras pessoas.
A contratransferência, um dos conceitos
fundamentais do campo analítico, é uma das mais complexas e controversas entre
as diferentes correntes psicanalíticas e, permanece ainda hoje problemática.
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