Curso
de Psicanálise Clínica
TRABALHO
MÓDULO II
Formando:
Renata Zangerólame de Oliveira
Cachoeiro
de Itapemirim 9 de março de 2016
COMPLEXO
DE ÉDIPO
O termo “Complexo de
Édipo” deriva de uma tragédia grega escrita por Sófocles, na qual o herói,
Édipo, sem saber de sua condição de filho, mata o pai e se casa com a mãe. Essa
teoria psicanalítica, criada por Freud, considera que entre as idades de 3 e 7
anos o filho desenvolve um desejo incestuoso inconsciente para com a mãe e um
sentimento de intensa rivalidade e hostilidade para com o pai, da mesma forma
que a filha desenvolve apego para com o pai e rivalidade para com a mãe
(Complexo de Electra). O Complexo de Édipo também pode ocorrer de maneira
invertida: o filho sente-se apegado ao pai e a filha apegada à mãe. Isto é o
resultado da força de atração psicoemocional ou física determinada pela
sintonia ou afinidade. Há casos em que a criança pode simultaneamente ter um
desejo incestuoso pela mãe e se identificar com o pai, e pode também desejar o
pai ao mesmo tempo que se identifica com a mãe. É o que se denomina “Édipo
Completo”. É ainda consequência das identidades psíquica, emocional, e até
mesmo física. O complexo edipiano masculino é resolvido pelo medo que o menino
tem da castração e pela identificação gradual com o pai, enquanto o complexo
edipiano feminino (Complexode Electra) é resolvido pela ameaça de
perder o amor da mãe e pela identificação com ela. Durante a infância, o ser
fica mais suscetível às impressões e aos reflexos de sua memória integral; no
entanto, à medida que atinge o período de madureza ou de melhor consciência de
sua individualidade, ele inicia-se no processo de controle de certos impulsos
ou torna-se indiferente às antigas sensações ou impressões, substituindo-as por
outras à medida que absorve novas experiências psíquicas, emocionais, afetivas,
sociais, profissionais, intelectuais e morais. Durante o período de absorção
dessas novas experiências é que se podem sentir diversas formas de temores ou
fobias que bloqueiam a ação desses complexos, sem contudo extinguir a afinidade
ou a aversão que se manifestou nos primeiros anos de vida – o que somente
ocorrerá, através de esforço, vigilância e disciplina moral, nos casos de
antipatias; e o aumento, permanência ou diminuição de intensidade afetiva nos
casos de simpatia existentes entre filhos e pais. Quando tais complexos permanecem após a
infância, atingindo a adolescência e a maturidade física, é preciso controlar
os impulsos afetivos e sexuais relacionados aos complexos ou sentimentos dessa
natureza. Educar e se preciso for, combater tais manifestações de natureza
psicossexual é transformar relações afetivas delituosas em oportunidade de
serviço em benefício do progresso de almas afins, temporariamente ligadas, no
seio da família. Ser sábio é cooperar para a felicidade geral. Também é
possível evitar o Complexo de Édipo. Quando os cônjuges vivem em equilíbrio
afetivo, através do respeito mútuo e de uma convivência saudável, envolvendo em
paz e sabedoria os seus filhos, é possível amenizar e até mesmo evitar as
manifesta- ções de ciúme infantil, de sentimentos e pensamentos que propiciem
manifestações de acentuada afeição ou repulsão que os leve a complexos ou a
comportamentos dessa natureza.
A idéia central do
conceito de complexo de Édipo inicia-se na ilusão de que o bebê tem de possuir
proteção e amor total, o que é reforçado pelos cuidados intensivos que o recém
nascido recebe por sua condição frágil. Esta proteção é relacionada, de maneira
mais significativa, à figura materna. Mais ou menos aos três anos, a criança
começa a entrar em contato com algumas situações em que sofre interdições.
Estas interdições são facilmente exemplificadas pelas proibições que começam a
acontecer nesta idade. A criança não pode mais fazer certas coisas porque já
está “grandinha”, não pode mais passar a noite inteira na cama dos pais, andar
pelado pela casa ou na praia, é incentivada a sentar de forma correta e
controlar o esfíncter, além de outras cobranças. Neste momento, a criança
começa a perceber que não é o centro do mundo.
Comentário:
A
criança cria seu mundo e desde que nasce além de ser considerada ela realmente
é um ser frágil que necessita de proteção, em sua imaginação e mundo imaginário
transforma essa dependência por sua mãe muitas vezes em um sentimento de posse
e transfere para seu pai o sentimento de rivalidade como se este quisesse lhe
roubar o que lhe é mais valioso, ou seja, sua mãe. Podendo esta situação também
acontecer em relação ao pai por quem nutrirá um sentimento de posse,
tornando-se a mãe sua rival, a medida que está criança começa a perceber os
laços afetivos existentes entre seus pais. Quando finalmente se dá conta de que
o mundo não é totalmente seu, a criança passa então a uma das várias fases de
passagem em sua vida, talvez a mais importante, porque definirá seu
comportamento na idade adulta, principalmente o referente à sua vida sexual.
Discorra
sobre o conceito de Associação Livre e como ela se torna a matéria prima da
analise.
Geralmente, esse
processo começa depois de concluídas as entrevistas preliminares. Nas
entrevistas preliminares, o analista pôde chegar a uma avaliação da capacidade
do paciente para trabalhar na situação analítica. Parte da avaliação consistiu
em determinar se o paciente, em suas funções do ego, dispunha de elasticidade
para ocilar entre as funções do ego, dispunha de elasticidade para oscilar
entre as funções mais regressivas do ego quando estas são necessárias na
associação livre e entre as funções do ego mais maduras, funções estas
necessárias à compreensão das intervenções analíticas, respondendo a perguntas
diretas e voltando à vida quotidiana no final da sessão. Geralmente, o paciente
associa livremente durante quase toda a sessão mas ele pode também relatar
sonhos e outros acontecimentos de sua vida quotidiana ou do seu passado.Uma das
características da psicanálise é que se pede ao paciente que inclua suas
associações quando narra seus sonhos ou outras experiências.A associação livre
tem prioridade sobre todos os outros meios de produção de material na situação
analítica. Contudo, a associação livre pode ser usada erradamente para ajudar a
resistência.É tarefa, então, do analista, analisar tais resistências para
restabelecer o uso adequado da associação livre. Pode acontecer, também, que um
paciente não consiga interromper a associação livre devido a um colapso das
funções do ego. Este é um exemplo de situação de emergência que surge no
decorrer de uma análise. O trabalho do analista, então, deveria ser o de tentar
restabelecer o raciocínio do processo secundário e lógico do ego.
Associação
livre tem prioridade sobre .todos os outros meios de produção de material na a
situação analítica.Isto inclui quatro procedimentos diferentes:
A confontração: ao
fenômeno em questão tem que ser tornado evidente, tem que ter ficado explícito
ao ego consciente do paciente.
Esclarecimento: detalhes
importantes separados dos assuntos ligados á questão.
Interpretação: é
este procedimento que distingue a psicanálise, de outras psicoterapias porque,
em psicanálise, a interpretação é o instrumento decisivo e fundamental.
Elaboração: abrange
um conjunto complexo de procedimentos e processos que ocorrem depois que há uma
compreensão interna.O trabalho analítico
que possibilita que uma compreensão interna provoque uma mudança é o
trabalho de elaboração
. Defina a dinâmica da resistência.
Trata-se
do comportamento presenciado pelo paciente durante seu tratamento, uma forma,
uma auto-defesa onde tenta não confrontar-se com seus pesadelos e temores,
procurando não ser descoberto, talvez por medo de ter seus segredos revelados e
mostrar sua fragilidade. Desta forma seu analista passa a ser visto com um
opositor e não como alguém que pode ajudá-lo a vencer seus temores.
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