INSTITUTO IKTUS
Núcleo de Psicanálise Clínica
RENATA ZANGERÓLAME DE
OLIVEIRA
ANÁLISE DO FILME
MR.JONES
CACHOEIRO DE
ITAPEMIRIM
2017
RENATA ZANGERÓLAME DE OLIVEIRA
ANÁLISE DO FILME MR.
JONES
Trabalho apresentado ao Curso de Psicanálise Clínica IKTUS –
Instituto Iktus como requisito parcial à obtenção do título de Psicanalista
Clínico.
Professor: Dr. Willian Vicente Borges
MR. JONES
Um homem aparentando uns quarenta anos e a primeira vista
alguém considerado extrovertido com atitudes também extrovertidas, uma pessoa
que gostava de música e de divertir-se, porém por trás daquela máscara de
normalidade e alegria se escondia alguém com sérios problemas de ordem
psicológica. Sentia uma grande necessidade de poder voar, alçar grandes vôos
talvez para poder sentir-se livre e fora do alcance de seus fantasmas. Ao
assustar a todos em uma construção em que acabara de ser empregado andando sem
segurança alguma no telhado é levado a um hospital psiquiátrico sendo medicado,
passando a ser acompanhado por uma psiquiatra, sendo medicado para que se
acalmasse. De acordo com o diagnóstico da médica Jones apresentava sintomas de
psicose maníaco depressivo, também demonstrando sentimento de rejeição, pena de
si mesmo. Vale ressaltar ainda que de acordo com seu comportamento caso não
houvesse tratamento adequado o mesmo poderia evoluir para um comportamento
suicida. (Acredito que a situação de Jones se agravou devido a traumas sofridos
em sua infância, fatos não totalmente revelados no filme, frustrações sofridas
durante sua juventude e um profundo vazio em sua vida adulta agravando seu
estado psicológico). Ao ser internado no hospital, Jones encontra apoio em sua
psiquiatra que esforças-se para que este continue seu tratamento, uma vez que
ele recusava-se a admitir que tinha um problema e dizia ser uma pessoa alegre
apenas. Aos poucos a psiquiatra consegue convencê-lo e Jones acaba passando um
tempo internado, até entregar-se ao desanimo e se indispõe com sua médica,
abandonando então seu tratamento. Porém vale a pena ressaltar que durante seu
percurso na clínica acaba acontecendo um envolvimento amoroso entre psiquiatra
e paciente, fato que a meu ver no momento não poderia acontecer, pois,
comprometeria o tratamento de Jones, como aconteceu de fato. Acabou por ser
transferido para outro hospital, onde não aceitou ficar e tornou-se
descontrolado em suas atitudes, creio que por sentir-se só, rejeitado e até
mesmo traído. Jones então chega novamente a linha do limite, volta a seu local
de trabalho onde tentará voar e tenta novamente, porém para sua alegria e
porque não dizer no momento salvação, sua psiquiatra é avisada e vai a seu
encontro. Os dois então ficam sentados juntos, como se um fosse a âncora do
outro, pois a psiquiatra em questão também estava passando por um momento
emocional muito conturbado, vinda de uma separação que lhe trouxe muita dor.
Talvez por esse fato é que tenha se deixado envolver por Jones, encontrando nele a resposta para o
vazio que sentia, apegando-se a ele que também precisava de alguém para ser seu
suporte. Na clínica em seu período de internação, alguém da equipe médica
pergunta a Jones o que ele era, sua resposta foi: “uma construção”. Ou seja,
alguém em formação, não está pronto, um pouco a cada dia, uma peça por vez, uma
obra ainda inacabada. Afinal, quem pode dizer que está pronto?
Nenhum comentário:
Postar um comentário