CURSO
DE PSICANÁLISE
TRABALHO
MÓDULO IV
CURSISTA: Renata Zangerólame de Oliveira
Cachoeiro 26 de maio 2016
Trabalho
Resumo das Correntes Psicanalíticas e seus Enfoques
Para Freud a psique (ou aparelho psíquico) do ser humano, poderia ser visto como um sistema de
energia, que move cada pessoa, através de uma quantidade limitada de energia psíquica. Isso quer dizer que se por um lado grande
parte da energia for necessária para a realização de determinado objetivo, ela
não estará disponível para outros objetivos que no momento se façam
necessários, por outro lado, se a pessoa não puder dar vazão à sua energia por
um canal (ex. sexualidade), terá de fazê-lo por outro (ex. expressão
artística). Essa energia também é proveniente das pulsões, também chamadas de
extinto algumas vezes. Para este autor, o ser humano possui duas pulsões
inatas, a sexual e a de morte. Essas duas pulsões opõem-se ao ideal da sociedade e, por isso, precisam ser controladas através
da educação, de forma que a energia gerada pelas pulsões não podem ser
liberadas de maneira direta. O ser humano é, assim, sexual e agressivo por
natureza e a função da sociedade é amansar essas tendências naturais do homem.
A situação de não poder dar vazão a essa energia gera no indivíduo um estado de
tensão interna que necessita ser resolvido. Toda ação do homem é motivada, assim, pela busca hedonista de dar vazão à energia psíquica acumulada.
Ana Freud começou sua formação psicanalítica em 1918,
tendo por analista seu pai, era uma jovem insatisfeita com a profissão e
consigo mesma. Porém, no ano seguinte, assume oficialmente as responsabilidades
de secretária e representante do pai, além de secretariar o recém-criado
Instituto de Formação Psicanalítica de Viena. Começou, também, a clinicar em
psicoterapia, numa época em que as teorias de Freud ainda provocavam uma forte
oposição entre médicos e psicólogos mais acadêmicos e conservadores. Em 1927
publicou Introdução à Técnica da Análise da Criança. Começava a se opor a
Melanie Klein, líder da escola inglesa, dizendo acreditar que a terapia das
crianças devia ser mantida dentro de uma dinâmica “pedagógica”. Seu trabalho
mais notável foi O Ego e os Mecanismos de Defesa, publicado em 1936. Foi nessa
obra que sua visão da psicanálise infantil começa a caminhar para a
adolescência. Esse livro tinha três propósitos. Primeiro, analisar e rever, de
forma geral, as descobertas técnicas e teóricas que ensinavam os psicanalistas
a dar igual consideração clínica ao id, ao ego e ao superego. Em segundo lugar,
rever os mecanismos que seu pai isolara e descrevera, elaborando-os e os
resumindo. Por último, incorporar os mecanismos de defesa à experiência que
acumulara, até então. De acordo com Ana o foco da psicanálise não deveria ser os
conflitos do inconsciente, mas sim focar-se as pesquisas do ego. Esta estudiosa
realizou um grande trabalho em relação à vida emocional das crianças,
trabalhando também em função daquelas traumatizadas pelos horrores da guerra. Questionava ainda antigas concepções
de que um desenvolvimento saudável dependia de rígidas disciplinas, procurava
ainda interpretar seus sonhos, brincadeiras e neuroses infantis através da
psicanálise. Ana tornou-se um grande orgulho para seu pai que em minha opinião
considerava ver em sua filha a continuidade de sua obra.
O lacanismo defendido por Jacques Lacan ocupa um lugar único na história da
psicanálise da segunda metade do século XX. O lacanismo só existe por se
constituir historicamente como um freudismo e, mais ainda, como a essência do
“verdadeiro” freudismo. Por isso, só pode fundar-se acrescentando o próprio
nome de Freud a sua trajetória e suas instituições. Lacan
pensa que o ser humano tem uma representação fantasmática do corpo, na qual este
aparece fragmentado. A imago de seu esquema corporal fragmentado continua a se
expressar durante a vida adulta nos sonhos, delírios e processos alucinatórios.
Concebe seu corpo como quebrado ou sujeito a se partir em pedaços. Sinal de
imaturidade? De prematuridade? Resultado das vivências relacionadas à
incoordenação motora, própria dos primeiros meses de vida? Imago arcaica
compartilhada por todos os homens, em todas as culturas? Mito? Lacan recorre a
todas estas explicações, em diferentes momentos, para explicar um fato de
inquestionável verificação clínica. Entre
outros objetivos Lacan desejava incorporar a psicanálise um caráter científico
reencontrar o verbo que havia no início e que acabou caindo no esquecimento. Os
estudos e afirmações de Jacques Lacan não tinham a pretensão de abafar ou mesmo
superar os ensinos e visões de Freud, mas sim, promover um novo estudo acerca
de seus ensinamentos e enriquecê-los, segundo meu ponto de vista.
As pesquisas de Ferenczi objetivam a constituição de uma
nova ciência, a bioanálise, que é uma extensão da teoria psicanalítica à área
da biologia, ou à psicanálise das origens, segundo a qual a existência
intrauterina seria a repetição de formas anteriores de vida, cuja origem é
marinha. O nascimento seria a perda do estado originário, ao qual todos os
seres vivos aspiram retornar. Partindo de um combate contra o niilismo
terapêutico, Freud elaborou uma teoria da neurose e da psicose que superava
amplamente os limites da clínica. Sempre consciente de seu próprio gênio e da
importância de sua descoberta, sabia dominar seus afetos e mostrar-se
implacável para com seus adversários. Acima de tudo, amava a razão, a lógica,
as construções doutrinárias. Mais intuitivo mais sensual e mais feminino,
Ferenczi procurava na psicanálise os meios de aliviar o sofrimento dos
pacientes. Era, pois menos atraído pelas grandes hipóteses genéricas do que
pelas questões técnicas. Assim, era mais inventivo que Freud na análise das
relações com o outro. Em 1908, descobriu a existência da contratransferência,
explicando a seu interlocutor sua tendência em considerar os assuntos do
paciente como seus próprios. Dois anos depois, Freud conceitualizou essa noção,
fazendo dela um elemento essencial na situação analítica. Entre ambos,
portanto, o intercâmbio epistolar teve como função fazer surgir novas
problemáticas, que serviam depois para alimentar a doutrina comum. A partir de
1919, com Rank, Ferenczi se empenhou na reforma completa da técnica
psicanalítica. Inventou primeiro a técnica ativa, que consiste em intervir
diretamente no tratamento, através de gestos de ternura e afeto, e depois a
análise mútua, durante a qual o analisando é convidado a “dirigir” o tratamento
ao mesmo tempo em que o terapeuta, antes de reatar com a teoria do trauma,
denunciando a hipocrisia da corporação analítica em um texto famoso de 1932,
intitulado “Confusão de línguas entre os adultos e a criança”. Notavas-se
claramente uma preocupação de Ferenczi com seus pacientes, ele realmente
preocupava-se com eles desejando sua cura, infelizmente suas idéias começaram a
tornar-se divergentes as de Freud de quem era muito amigo, causando assim uma
ruptura entre os dois.
Carl Gustav Jung traz a idéia de introversão e
extroversão são as mais usadas. Jung descobriu que cada indivíduo pode ser
caracterizado como sendo primeiramente orientado para seu interior ou para o
exterior, sendo que a energia dos introvertidos se dirige em direção a seu
mundo interno, enquanto a energia do extrovertido é mais focalizada no mundo
externo. Entretanto, ninguém é totalmente introvertido ou extrovertido. Algumas
vezes a introversão é mais apropriada, em outras ocasiões a extroversão é mais
adequada mas, as duas atitudes se excluem mutuamente, de forma que não se pode
manter ambas ao mesmo tempo. Também enfatizava que nenhuma das duas é melhor
que a outra, citando que o mundo precisa dos dois tipos de pessoas. Havendo
divergências de opinião entre este e Freud, continuaram seus trabalhos de
acordo com suas crenças. Desta vez Jung fazendo uso da psicologia analítica,
acredita que o psicólogo deverá deixar o
paciente livremente, mas não totalmente, fazendo intervenções quando forem
necessárias e conduzindo ou orientando o processo, não de maneira a
influenciar, mas de modo a manter o indivíduo em seu discurso, não deve
permitir que por ser sentir a vontade, o paciente perca o foco e vá para
caminhos que, muitas vezes, podem ser distrações a serviço da resistência e de
mecanismos de defesa. A postura do analista deve ser como alguém que se coloca
como uma outra personalidade a frente do paciente, mostrando-se como uma outra
pessoa passando pelos mesmos processos que o outro, apenas mais analisado e
treinado para que possa ajudá-lo, não como alguém em uma atitude privilegiada
ou superior. Com isso, Jung defendia que a personalidade do analista está
envolvida e também era um dos fatores que determinava aquela relação e aquele
processo. Para Jung, tanto psicanalista, quanto paciente, estavam numa mesma jornada,
aprendendo, se descobrindo e se influenciando mutuamente, em busca de seus
inconscientes.
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