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quarta-feira, 7 de novembro de 2012




GESTÃO ESCOLAR


INTRODUÇÃO

           A história da educação tem alcançado novos rumos, o pensamento de outrora, voltado para o autoritarismo e individualismo, onde a figura do diretor era focado no “eu”, pois sua palavra era lei e deveria por todos ser obedecida. Possuía total autoridade, em um ambiente fechado e restrito, em que a escola não abria suas portas para que novas idéias pudessem ser introduzidas, trazendo algo novo para a instituição e aqueles que dela dependem e participam.
A família pouco tinha acesso ao ambiente de ensino, em nada podiam opinar ou mesmo questionar, pois suas opiniões não eram consideradas.
O diretor assumia uma postura centralizadora, toda e qualquer decisão deveria ser tomada por ele somente, cabendo ao mesmo decidir a forma de ação. Os profissionais do âmbito escolar eram meros participantes passivos de suas decisões inquestionáveis. O professor tinha seu trabalho fiscalizado em todos os sentidos, sentindo-se sufocados na realização de sua função, sem muitas vezes saber que rumo deveria seguir. Devido a fraqueza do sistema, onde havia uma visão distorcida da educação, o papel do professor era restringido em suas atividades, devendo ser parte secundária da educação, não podia expressar suas idéias e era submisso ao estado, enquanto aos estudantes, não podiam desenvolver suas próprias idéias,sendo totalmente obedientes e de hábitos dependentes. Ainda segundo (FROEBEL):
“A educação é o processo pelo qual o  indivíduo desenvolve a condição humana, com todos os seus poderes funcionando com harmonia completa, em relação à natureza e a sociedade. Além do mais, era o mesmo processo pelo qual a humanidade, como um todo, se elevando do plano animal e continuaria a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quanto a universal.”
Desta forma diante de uma postura de ação dominadora da antiga administração escolar, ignorou-se por muito tempo o sentido real da educação.
 Ocorria uma visão antiquada e desmotivadora, dando ênfase as palavras de Hardin Garret, demonstrando a total insatisfação do ensino que se fazia presente, onde os efeitos dessa forma de administração, causavam grandes danos:”Qualquer que seja o ponto que tocamos, provocamos múltiplos e amplos efeitos.”
O Brasil tem uma cultura que criou comandos autoritários de mandatos legais, baseados na direito da força do que na força do direito. Mudar mentalidades acostumadas a serem submissas, a obedecerem sem questionar, não é uma tarefa muito fácil.
A Constituição Federal por sua vez ( C F 05/10/1988), ampara a gestão democrática, assim como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional ( LDB 20/12/1996).
O diretor não precisa ser autoritário para impor respeito, cabe ao gestor assumir uma postura democrática, desenvolvendo condições de favorecer o processo democrático no dia adia escolar. Porém para que possa assumir tal postura o gestor necessita também de embasamento teórico, além de habilidades técnicas e políticas, garantindo que sua gestão se estabeleça dentro dos princípios democráticos. De acordo com Paulo Freire:” O educador democrático não pode negar-se o  dever de, na sua postura docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão.”
A função principal do diretor era zelar pelo bem estar da escola, cuidava do administrativo, vivia mergulhado em papéis e mal podia olhar de forma à auxiliar e empenhar-se no fazer pedagógico.
O primeiro capítulo “Breve Relato sobre a História da Gestão”, abordará um pouco sobre o processo de evolução da educação no Brasil, assim como a postura assumida pelo diretor das escolas, e sue modo de atuação, funcionando mais como administrador, onde não tinha muito espaço e tempo para o fazer pedagógico, importando-se quase que totalmente com o manter da ordem e organização da instituição, preocupando com articulações políticas, tendo como seu aliado  o governo vigente.
O segundo capítulo “Gestão na Atualidade” traz a figura do gestor na atualidade, a mudança sofrida pelo mesmo, sua integração com a comunidade escolar onde se permite a participação da mesma em sua realidade e desenvolvimento. As principais modalidades de gestão escolar, destacando aquela mais se adéqua a nova visão educacional, transformando a escola em um ambiente democrático de ensino, sem esquecer dos muitos desafios enfrentados pelo gestor que deseja adequar-se as transformações educacionais da atualidade, abraçando a luta em favor de uma escola coletiva onde todos trabalham com um mesmo pensamento e unidade.
O terceiro capítulo desta monografia, trata das modalidades de gestão, de acordo com a visão de Libãneo, cada uma com suas características. Dá-se ênfase a gestão democrática, que tem-se destacado em nossos dias, permitindo uma nova forma de ação, nas instituições de ensino, onde toda com unidade escolar pode sentir-se parte ativa da escola e sua dia a dia em busca de seu desenvolvimento. Como afirma (DEWEY, 1976,p.207): “ Agir com uma meta é o mesmo que agir inteligentemente.”



1 BREVE RELATO SOBRE A HISTÓRIA DA GESTÃO NO
BRASIL

               A primeira organização da educação no Brasil, tanto para questões administrativas, como para as pedagógicas, foi baseado no Plano de Estudos da Companhia de Jesus, documento publicado oficialmente em 1599. Tal documento direcionou as formas de organização e administração, currículos e métodos para os estabelecimentos de ensino em que os Jesuítas atuavam inclusive no Brasil. Porém pelas dificuldade que a colonização do Brasil acarretava aos Jesuítas, esse Plano de Estudo sofreu alterações, embora não tenha se desviado de seu principal objetivo que era a de converter os índios à doutrina cristã. Em 1759, a Companhia de Jesus foi expulsa de Portugal e de suas colônias, por ações que tiveram como pivô Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal, nomeado primeiro ministro pelo Rei de Portugal. Era a intenção colocar Portugal em condições de competir com as nações estrangeiras.
               Com a vinda da família real para o Brasil em 1807, foram fundadas muitas instituições, como a Academia Real de Marinha, Biblioteca Nacional, os cursos superiores de cirurgia, anatomia e medicina. Surgem também os três níveis de ensino: primário, secundário e superior. As aulas no local de ensino eram organizadas, fiscalizadas e controladas pelo poder central, representado pelo Diretor Geral dos Estudos. No nível superior, os diretores eram os próprios professores que se submetiam as ordens do governador, ou seja, o Imperador.
               O diretor portanto era visto como aquele que deveria defender a política educacional, dando ênfase a idéia de que o dirigente escolar, antes mesmo de conscientizar-se da sua função de educador, é um representante fiel e oficial do Estado. Esta visão de acordo com a época vigente, para muitos em relação as vantagens políticas era muito compensador, pois o estado detinha total controle sobre a instituição e de todos que a ela pertenciam.
         Deveria o diretor comprometer-se com as políticas da administração governamental, pois tendo acordos com os mesmos políticos é que tornou-se possível ao mesmo assumir tal cargo. O diretor portanto era a figura central da escola, onde a mesma se resumia a sua figura, os demais que atuavam na instituição eram meros participantes de todo processo. De acordo com (LEÃO 1953,P.134), o diretor escolar era visto como:” Administrador do edifício da escola; responsável pela escolha e fornecimento de material, pela higiene escolar, pela observação e interpretação do ambiente escolar.” Desta forma a instituição escolar era um ambiente frio e impessoal, aquele que deveria interagir com a comunidade escolar, permitindo que os integrantes da instituição se sentissem motivados e confiantes em relação a sua função, portava-se de maneira prática e distante, dando importância a papéis e burocracias, distanciando-se do humano. Bem como se mantinha afastado  dos alunos,de forma que os mesmos sentiam-se pouco a vontade e acuados, em seu ambiente de ensino. Contrapondo-se a visão da época, é papel do diretor  segundo (LEÃO 1953. p.136): “A primeira necessidade de um diretor é saber prever, planejar e organizar. Depois de planejar vem os problemas de organização, avaliação de funções, terminação de planos, execução de planos.”
               O campo da administração escolar, embora tão em evidência, em virtude de inúmeras reformas educacionais, nem sempre foi o alvo de tanta atenção dos intelectuais na História da Educação. Em uma trajetória educacional de mais de quinhentos anos, a administração escolar estrutura-se como campo de estudos há menos de um século. Os primeiros escritos retratam de 1930.
        Retrocedendo no tempo, serão encontrados inúmeras iniciativas que visavam corrigir as distorções pedagógicas no âmbito escolar. A própria Constituição Brasileira de 1988, faz isso ao dar amparo legal às mudanças na gestão educacional, que foram buscar mais intensamente nos últimos anos, base de sustentação na autonomia escolar e na gestão compartilhada e comunitária das escolas. Segundo (GADOTTI, 1995):
 “A autonomia da escola é uim movimento que está ocorrendo em países da Europa, como a Itália, a Espanha, Portugal, Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Em alguns países, a descentralização tem caminhado para a autonomia regional ou municipal; em outros, para a autonomia das escolas; em outros ainda, para a escola pública- privada-social.”
               A tendência internacional por mudanças consolidou-se no Brasil, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). Lei nº 9394/96, cujo inciso VII do Artigo 3º, trata a questão da gestão democrática do ensino público, enfatizando o princípio de participação e fortalece o espaço para gestão colegiada e a avaliação do desempenho. Através destas leis, incentivou-se a descentralização administrativa, a autonomia da escola, e participação da equipe escolar e da comunidade na tomada de decisões, como forma de revitalizar e eficiência das escolas e torná-las mais eficazes. As realidades foram mapeadas e ações planejadas para que se avançasse neste sentido, apesar de haverem resistências de pessoas que acreditavam já haverem estabelecido o certo em relação a educação.


1.1 Atuação do Gestor em Tempos Remotos

               Com a proclamação da independência em 1822, teve inicio uma fase importante para a compreensão das relações entre o Estado e a Educação no Brasil, acarretando discussões sobre a educação e a forma como estava sedo tratada e conduzida. Surge então a necessidade de formar quadros administrativos. Portanto em 1847, pela Lei nº 29, de 16 de março, foi criado o Regulamento dos Liceus em São Paulo, de acordo com esse regulamento o governo deveria nomear um cidadão de inteligência e respeito, com boa reputação e patriotismo para assumir a função de “diretor” da escola em questão. Se fazia necessária a indicação de um diretor, devido a organização do currículo escolar, pois haveria oferta para diversas turmas, com disciplinas diferenciadas, que deveriam proporcionar o ensino profissionalizante, sendo o mesmo denominado de “artes e ofícios”, que tinha como objetivo a formação de artesãos e trabalhadores para as oficinas, a lavoura e o comércio. Dessa forma o diretor se tornou responsável pela organização desse espaço escolar e suas atividades, como por exemplo a organização de horários, controle de freqüência de alunos, presidência dos bancos de exames, declaração de aprovação e reprovação de alunos., licença para professores e funcionários, bem como intermediar as correspondências entre os professores e o presidente da província, pois o diretor prestava obediência ao mesmo do andamento e dos acontecimentos ocorridos na instituição de ensino.
               Em 1889, acontece novo debate sobre a educação, um ano mais tarde em 1890 foi decretado em São Paulo a reforma da Escola Normal, surgindo então as primeiras indicações oficiais do cargo de diretor de escola pública secundária, cujo responsável era denominado como professor-diretor, sua função deveria ser a realização de funções administrativas e pedagógicas da Escola, fiscalizando alunos e professores até o pagamento de contas da Escola, assim como a demissão e contratação de funcionários.
              De acordo com o Decreto Estadual nº 248, de 26 de setembro de 1894 (SÃO PAULO- Estado 2000): “Criou-se o Grupo Escolar, onde era valorizado o ensino seriado, haveriam classes homogêneas em um mesmo prédio, sob uma direção única, utilizando métodos modernos de aprendizagem.”
             A administração do Grupo Escolar era responsabilidade do diretor, que era escolhido entre os professores da Escola Normal, pelo Presidente de Estado. Este cargo surgiu devido a necessidade da escola ter alguém que a organizasse, coordenasse e fiscalizasse o ensino, em relação a reforma educacional em andamento.Era o diretor o responsável por governar a escola e também representava o poder do Estado e do Governo. Em 1920, a função do diretor do Grupo Escolar, foi transmitida aos Delegados Regionais e aos Inspetores de Distritos.
               A partir dos anos 30 então se enfatizou a necessidade de formação do administrador escolar em base científica, ao mesmo tempo em que o enfoque administrativo foi mais valorizado do que o pedagógico. De acordo com (SECO, 2006): “ Esta direção se apoiava nos princípios da administração empresarial, científica e burocrática.”
              Por muitos anos a educação sofreu vários períodos de mudanças e reformas, como forma de tentar melhorar e modificar atitudes e atividades educacionais, bem como a postura administrativa e pedagógica. Porém em 1961, sendo aprovada a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB nº 4.024/61, foi mantida a estrutura tradicional do ensino, não fixando um currículo nacional, respeitando as especificidades regionais e evidenciando um caráter descentralizador. Para que pudesse então assumir a função de diretor, o candidato agora deveria ser um educador qualificado, porém sendo o Estado o detentor do poder, ficava a cargo do mesmo as exigências dessas qualificações, podendo ser entendido como educador qualificado, aquele que reunisse qualidades pessoais e profissionais que o tornassem capaz de difundir à escola a eficácia do instrumento educativo por excelência e de transmitir a professores, alunos e à comunidade sentimentos, idéias e aspirações de vigoroso teor cristão, cívico, democrático e cultural. Está questão para (SANTOS,2002, P.70), é entendida da seguinte forma:” Em atenção a descentralização da LDB, os Estados passaram a criar regulamentos para o preenchimento do cargo de Diretor de Escola.”
               Com a regulamentação da Lei 4024/61 nº 5.692/71, extingui-se o cargo de Diretor de Grupo Escolar e cria-se o cargo de Diretor de Escola. Exigindo maiores qualificações, pois antes era uma função relacionada àquele com experiências de muitos anos de docência, passou a ser substituída pela imagem do administrador da equipe escolar. A antiga concepção apoiava-se no modelo clássico da administração empresarial, concebida como um conceito técnico, cientificamente determinado e burocrático, cujo fim era obter economia de tempo e de recursos, maior produtividade, envolvendo normas rígidas, autoridade centralizadora, hierarquia, planejamento, organização detalhada e avaliação de resultados.
               Diante de tantas mudanças, em busca de melhores resultados, chega o momento em que nos anos 90, deixa-se de utilizar o termo administrador passando-se a utilizar o termo “gestor”. Este novo conceito, ultrapassa o da administração, deixa de ser centralizado no “eu administrativo”, dando espaço a coletividade, permitindo a comunidade participar nas tomadas de decisões da instituição escolar. Espaços são abertos em favor da democratização do ensino, permitindo que o processo de aprendizagem ocorra de forma prazerosa e que todo integrante da equipe e comunidade escolar, sinta-se peça fundamental de todo esse processo


2 GESTÃO NA ATUALIDADE

               A gestão educacional, tem nas últimas décadas se voltado por uma atuação, visando o planejamento, a implantação de ações que promovam o desenvolvimento dos processo sócio-político-educacionais das instituições de ensino, dando ênfase a ações que se voltam direcionadas à promoção da aprendizagem dos alunos.
               Atualmente a gestão escolar pretende organizar-se de forma a mobilizar e articular as condições materiais e humanas de maneira que se alcance avanços nos processos políticos – educacionais. Essas ações direcio9nam em favor da promoção da aprendizagem, para que se tornem capazes de  enfrentar os desafios propostos pela sociedade globalizada e do mundo pós-moderno.
               O papel do gestor está além de mobilizar os sujeitos da instituição de ensino, distribuindo tarefas e deveres. Envolve a intencionalidade, definição de metas educacionais, sociais e políticas, em uma sociedade cada vez mais competitiva e exigente em suas escolhas de convivência e mercado de trabalho. Considerando o aspecto pedagógico do ato de educar, o mesmo consiste na formulação de objetivos sócio-políticos e educativos, na implantação de modos organizacionais metodológicos, tendo em vista a direção consistente e planejada do processo educacional.
               O gestor escolar deve permitir à participação da comunidade escolar e local em seu modo de atuação. O Conselho Escolar por exemplo pode atuar de forma satisfatória, dando sua contribuição, para que na instituição de ensino aconteça uma gestão participativa, pois deste forma irá democratizar, integrar e fortalecer as ações e decisões escolares.
               Um dos pontos importantes que o gestor atualmente deve considerar é a parceria com Ongs por exemplo, que tem apresentado bons resultados, pois tem fortalecido a colaboração recíproca entre escola e comunidade.Muitas ações conjuntas vêm sendo realizadas com ações voltadas para o  desenvolvimento da educando. O gestor na atualidade possui uma postura voltada em favor de seus alunos de forma que abranja tanto a comunidade interna da escola, como a externa. Seu pensamento está além dos muros da escola. Não existe mais aquele diretor fechado em uma sala, cuidando apenas da parte burocrática, preenchendo papéis, preocupando-se em dar ordens  ES ser obedecido, hoje o mesmo envolve-se nas atividades pedagógicas, de forma que seus profissionais sintam-se respeitados e valorizados, bem como apoiados diante dos desafios enfrentados em sua prática pedagógica.
               Tendo uma visão mais ampla do papel do gestor, vale a pena lembrar que o mesmo é responsável pelos resultados finais da instituição, sendo personagem central de todo processo educativo. Segundo (LUCK, 2006): “A gestão não deprecia a administração, mas supera as suas limitações de enfoque dicotomizado, simplificado e reduzido, para atender às exigências de uma realidade cada vez mais complexa e dinâmica.
             A escola que se deseja pressupõe condições reais, são clima e pessoas que colaboram como o ideal coletivo e educativo, do contrário não seria possível sair da dimensão subjetiva e  frágil em que muitos anseios acabam por perder-se, fazendo com que desacreditem de seus sonhos. Uma escola sem planos, sem um rumo a seguir, só tem a conseguir o fracasso. Não se pode pensar em educação e gestão escolar, separando-a do profissionalismo e ações bem planejadas. A partir do momento que encontra seu caminho, novos caminhos acabam por ganhar sentido; o  da ética, da profissão de cada um, dos planos dos alunos e das famílias por extensão.
              Para que exista uma escola coerente, é necessário que se planeje coletivamente os rumos, anseios, idéias que irão dar vida ao currículo e ao projeto desenvolvido.  Sendo que os mesmos envolvem as relações de ensino e aprendizagem que acontecem dentro e forra da escola.
               O gestor pode ser selecionado desde a indicação política, à realização de concurso público. O trabalho desenvolvido pelo gestor nos dias atuais é complexo, abrangendo planejamento, liderança, coordenação, mediação, monitoramento e avaliação das ações internas da escola, assim como suas relações com a comunidade, além de da articulação com os setores oficiais da gestão educacional, para que se possa garantir a efetividade educacional com o intuito de promover a aprendizagem e formação dos alunos.
                É responsabilidade do gestor estabelecer e promover a execução de políticas e procedimentos em prol do bom funcionamento da escola, assim como supervisionar e apoiar as equipes de trabalho, acompanhando também os trabalhos desenvolvidos pelos professores em sala de aula. Também é sua função, manter um bom relacionamento ente professores, alunos, funcionários, pais e comunidades, com o intuito de garantir a criação de ambientes que sejam propícios à formação e aprendizagem dos alunos, da mesma forma como à administração de recursos físicos, materiais e patrimônios.
              Todo esse trabalho exige competências que irão permitir ao gestor garantir o exercício de suas responsabilidades, funcionais e sociais. Ao assumir essas responsabilidades, o  gestor deve com clareza demonstrar o domínio dessas competências mínimas, pelo ensaio e pelo erro. Para que essas competências sejam desenvolvidas, faz-se necessário um processo contínuo, que se baseia na práxis, ou seja, na reflexão de base teórico-metodológico para ação prática, também um pensar sobre a prática e sua ação com a fundamentação teórica, co0nduzindo muitas vezes a reconceituação.
               Para que se possa construir um conjunto de competências, necessárias na realização de seu trabalho, desenvolvê-los e colocá-los em prática, é condições básica para o exercício das funções do gestor escolar. Portanto aqueles que se propõem a assumir  em função, ou aqueles que já exercem, devem desenvolver competências inerentes a tão importante papel social. Tal desenvolvimento se constitui em uma necessidade e um desafio contínuo que gestores enfrentam.
                  A atuação do gestor de ser vista como espaço de posicionamento e ação frente aos objetivos educacionais, sociais e políticos propostos por determinado grupo social. A gestão desenvolvida na escola, deve ser vista com uma característica de atuação que pretende organizar, mobilizar e articular condições materiais e humanas necessárias para o avanço dos processos sócio-políticos-educacionais.O que nunca pode ser esquecido pelo gestor, é que ele será sempre um professor, porém assumiu a função de gestor, diante disso deve dar importância extrema à formação do profissional que comporá sua equipe.
                 Os teóricos de administração geral deixam claro que o entendimento de gestão, passava pelo centralismo, de uma pessoa ou de um grupo. A noção hierárquica, nesse modelo de gestão é clara; um mandava, outro obedecia. Hoje se contempla uma nova postura de gestão, onde o mesmo esta aberto a opiniões, procura interagir com sua equipe, trabalhando com cumplicidade e harmonia. Um gestor que não está focado no “eu”, mas em “nós”, que dividi responsabilidades, bem como os louros da vitória.        


2.1 Atribuições Atuais do Gestor

               O gestor quando assume a postura de líder, está em contato permanente com os docentes, torna-se fonte de inspiração, incentivo e apoio técnico; estimula a criatividade, de forma estabelecer padrões, assessorar, confrontar, corrigir e valorizar o desempenho dos profissionais, tarefa que muitas vezes é difícil de ocorrer, pois padrões devem ser antigos quebrados, posturas revistas tanto do gestor, quanto de sua equipe. Procura também colocar as pessoas em primeiro plano, atuar como líder educacional e influenciar o comportamento profissional dos educadores.
            Esse gestor constrói um sonho e faz com que sua equipe embarque nele, mobilizando-a para que todos abracem o projeto da escola e o tornem vital, sua equipe sente que tem poder para realizar e transformar. Não se lastima ou culpa o mundo pelos problemas da escola, mas incentiva a equipe a descobrir o que é possível realizar para seguir a diante.
            Tendo conquistado a confiança de sua equipe, transforma a escola em oficina de trabalho, organiza os espaços escolares para reuniões semanais ou quinzenais para debates e estudos pedagógicos. É visto todos os dias por professores, alunos e pais. Possui a capacidade de trazer a tona o potencial de cada pessoa ou instituição e criar certa magia que faz cintilar  as escolas felizes, onde ninguém para de aprender.
              Ao assumir a postura de líder, em quem todos confiam, faz jus a esta confiança, mostrando-se atuante na escola, percorre as dependências da escola, assiste às aulas e, ao mesmo tempo, monitora as ações desenvolvidas e identifica itens a serem discutidos em reuniões com professores, alunos, pais e funcionários.
              De acordo com (ALONSO 1988, p.11):
 “ Repensar a escola como um espaço democrático de troca e produção de conhecimento que é o grande desafio que os profissionais da educação, especificamente o “Gestor Escolar”, deverão enfrentar neste novo contexto educacional, pois o gestor escolar é o maior articulador deste processo, e possui um papel fundamental na organização do processo de democratização escolar.”


2.2Gestão e Comunidade Escolar

               Com certeza a função de gestor escolar, não é nada confortável, principalmente diante de tantos desafios e dificuldades que envolvem seu fazer. Portanto esse agente de mudanças e articulador, deve permitir que a escola se transforme em um lugar com projetos educacionais, tendo  propostas e planos de ação, convocando e permitindo que toda comunidade sinta-se participante deste ambiente democrático e participativo.
                Ao assumir seu papel de liderança, o gestor precisa estar sempre repensando sua ação e função diante desses novos paradigmas, para que não retorne a antigos padrões, ou mesmo se perca no caminho. A opção portanto é dividir responsabilidades, com alunos, pais,professores e funcionários, dessa forma as decisões precisam ser coletivas, não podendo o gestor deixar-se prender por questões administrativas somente, sua visão deve ser em conjunto e atuando, de maneira que envolva a todos na escola, tanto nos aspectos pedagógicos, administrativos e culturais.
              Diante da responsabilidade do gestor com a comunidade escolar, (ROSSI 1991, p.35-37), afirma que:
“Mudar a cara da escola pública, implica também ouvir meninos e meninas, sociedades de bairro, pais, mães, diretores, delegados de ensino, professoras, supervisoras, comunidade científica, zeladores, merendeiras., É claro que não é fácil Há obstáculos de toda ordem retardando a ação transformadora. O amontoado de papéis tomando o tempo, os mecanismos administrativos empenando a marcha dos projetos, os prazos para isto, para aquilo, um Deus –nos- acuda (...).”
               O gestor precisa certificar-se de que esse amontoado de papéis que fazem parte de sua função, não o impeçam de interagir com a comunidade escolar, restringindo ou mesmo impedindo a atuação e participação dos mesmos em suas decisões e atitudes, bem como a realização de projetos que visem o bom andamento da instituição de ensino, em busca de avanços e conquistas.
               Embora se saiba que não seja fácil, independente da função que se ocupa, o aceitar críticas sejam elas quais forem, o gestor precisa ser capaz de aceitá-las, mesmo que no momento não lhe pareçam agradáveis, bem como permitir que a comunidade escolar exponha suas opiniões e idéias.
               O relacionamento gestor e comunidade deve ser pautado no respeito e cumplicidade. As responsabilidades passando a ser de todos, bem como os desafios,dificuldades e conquistas que serão alcançados com essa parceria. Agindo com clareza, conquistando a confiança e o respeito da comunidade interna da instituição, quanto da externa, desta forma o gestor com certeza contará com o auxílio de todos quando houver necessidade, da mesma forma que a comunidade também sentirá que pode contar com a ajuda da escola em suas necessidades. Surge então uma parceria onde todos se colocam a disposição do melhor, buscando em conjunto soluções para problemas que venham a surgir.
               Quando o gestor tem seu pensamento e ações voltados para o coletivo, todas as decisões acontecem de forma coletiva e democrática, nada é ocultado, mesmo sendo decisões já determinadas, cabendo apenas sua execução, ainda assim são comunicadas ao corpo docente para que as desenvolvam da melhor maneira possível, visando o bom andamento da instituição e principalmente do aluno, seu alvo principal.


2.3 Dificuldades e Desafios da Gestão Escolar
               Um dos desafios que o gestor encontra no desenvolvimento de sua função é em relação a suas competências, pois embora seja gestor, ele nunca deixará de ser professor, como já citado anteriormente, portanto uma de suas qualidades em relação as competências deverá ser segundo ( PERRENOUD, 2000): “Antes de ter competências técnicas, ele deveria ser capaz de identificar e de valorizar suas próprias competências, dentro de sua profissão e de outras práticas sociais.”
                A tomada de decisão é o centro de organização e do processo de administração, e todas as demais funções  da administração: o planejamento, a estrutura organizacional, a direção, a avaliação estão referidas nos desafios enfrentados pelo gestor em sua dia a dia na instituição de ensino. A gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para atingir objetivos da organização, onde estão envolvidos aspectos gerenciais e técnico-administrativos. Sendo assim também é um princípio e atributos da gestão, diante da qual não é nenhuma tarefa fácil canalizar um trabalho em conjunto com outras pessoas, visto que todos tem personalidades e pensamentos distintos, sendo um grade desafio orientá-los no rumo dos objetivos.
                Desenvolver uma gestão escolar democrática e participativa não é tarefa fácil, ainda mais em regiões onde existem interferências políticas muito presentes. Diante destas questões, o papel do gestor é fundamental, visto que ele não assume uma postura centralizadora e autoritária, mas se coloca como  ponte de ligação em processos decisórios. Sendo assim, uma escola dinâmica e democrática, que oferece ensino de qualidade, deve ser bem administrada e procurar suprir a demanda da comunidade. Precisa, portanto de uma proposta pedagógica séria, condizente com sua filosofia, sem separação entre teoria e prática. Em relação a gestão (LIBÃNEO, 2003, p. 324), afirma que:
” A visão mais conservadora dessa concepção é a administração clássica ou burocrática. A versão mais recente é conhecida como modelo de gestão de qualidade total, com utilização mais forte de métodos e de práticas de gestão da administração empresarial.”  
               A escola vem procurando superar procedimentos de gestão da coisa pública, baseada em concepções autoritárias. Um dos desafios é manter a autonomia, que é um princípio imprescindível para que se tome iniciativas, sendo criativa ou assumindo compromissos e responsabilidades. O gestor precisa ter consciência de que para que se estabeleça a autonomia é necessário descentralizar ou estabelecer  a gestão democrática. Delegar ou descentralizar passam a ser instrumentos de autonomia, construindo-se poder e autoridade para que o sujeito tome decisões e possa implementá-las.Desde o final da década de 80, se tem assistido a uma alteração significativa e relação ao papel do Estado no processo de decisão política e de gestão educacional, onde se evidencia na transferência de poderes e funções  âmbito educacional e regional.
              Outro desafio enfrentado pelo gestor escolar, encontra-se em depreender a lógica organizacional mais adequada para oferecer aos alunos melhores oportunidade de alcançar as metas de formação. Portanto da diversidade do mundo real e das necessidades humanas, a  principal ação consiste em não mais investir na produção de uma aparente homogeneidade, mas, aceitar  a possibilidade de existência de modalidades organizacionais diversas em um quadro comum. Este processo desencadeia expectativas e esperança, temores e resistência, porém alguns esperam ser conduzidos a resolução de problemas cm maior criatividade e responsabilidade.
                             Gestores educacionais continuam a enfrentar grandes  desafios, diante de tantas crises no âmbito educacional, ainda trazem desconfortos para alguns que não aceitam mudanças e inovações. Muitas dificuldades e desafios ainda podem ser citados como a guerra de competitividade, devendo ser vencida com ações eficientes e participativas, estar atento e proporcionar a capacitação de alunos para seu ensino aprendizagem, ser eficiente, mantendo bons relacionamentos na instituição de ensino,  esforçando-se para mantê-los vivos e felizes, procurar fortalecer a marca da instituição com ações que permitam e incentivem a participação de todos, tanto comunidade interna, quanto a externa à instituição. Comprometer-se com a capacitação e motivação de seus professores para que posam exercer sua função de maneira satisfatória e prazerosa, conduzindo seus alunos ao alcance de novos conhecimentos. Trabalhar para que pais sintam-se participantes da escola, em suas conquistas e decisões.  Assim como estar sempre, informado sobre a situação do mercado, para que não fique alheio e desinformado de mudanças sofridas, preparando-se para o futuro.
               Se ilude quem pensa que os desafios e dificuldades enfrentados pelo gestor terminarão algum dia, eles são muitos e complexos. Assumir a postura de coordenar uma proposta voltada para o coletivo, saber administrar conflitos provenientes de uma nova postura assumida, arcar com todos os ônus que dela são provenientes, porém sabendo que o méritos das conquistas são de todos, pois uma vez que opta pelo coletivo, todos as decisões e escolhas devem ser realizadas desta maneira. Deve haver tolerância, reconhecimento e harmonia no ambiente de ensino, para que realmente mudanças ocorram em favor de todos os envolvidos nas atividade pedagógicas, onde se visa a descentralização do poder único e totalitário, em favor da construção do cidadão crítico, participante e ativo, protagonista de sua história e participante de tantas outras.
              O gestor enfrenta ainda o desafio e necessidade de estar sempre atento as necessidades e anseios de sua clientela e professores. Precisa saber trabalhar em equipe, saber ouvir, bem como aceitar opiniões e críticas. Também valorizar a contribuição de seus professores e funcionários, motivando os mesmos para que continuem a exercer sua função com prazer e dinamismo. Diante desses fatos, vale citar as palavras de (LARANJA, p.242):
” Talvez este seja o ponto central da nova gestão escolar:valorizar e investir no capital humano, conferir autonomia e responsabilidade aos profissionais envolvidos  e conferir autoridade ao líder como organizador, articulador e mobilizador dos diversos processos que se desenvolvem na escola.”
               Embora possa parecer difícil e impossível para alguns, mudanças estão acontecendo de forma que se pode encontrar profissionais comprometidos com a educação, atuando em conjunto, em busca de soluções e novas conquistas em favor da instituição de ensino e seus integrantes.

3 Modalidades de Gestão
               A gestão escolar no Brasil, a figura do administrador surge com a preocupação de racionalizar o trabalho. Precisava haver nas instituições, alguém que se responsabilizasse pelo planejamento e controle das atividades. Sua ação garantia um controle maior sobre  aqueles que trabalhavam nesses ambientes. Havia a intenção e objetivo de manter a mordem, o equilíbrio, a harmonia e consenso.
               No Brasil, a administração escolar se desenvolve com as mesmas características da empresarial, pela burocracia que controla a educação atrapalhando a autonomia escolar.
               Somente em 1980 é que se realizaram estudos em relação  a administração escolar, de forma mais crítica, tratando com mais respeito e profundidade e educação. De acordo com (HORA, 2002, p.47):” A natureza do processo educativo não se confunde com a natureza do processo produtivo.”
               Através da gestão, a escola pode colocar em prática suas ações e projetos, bem como caracterizar diretrizes que emanam das políticas que irão estabelecer parâmetros de ação para que possa determinar, o tipo de homem e mulher que se pretende formar.
           Ainda de acordo com (LIBÃNEO, 2002):” Quatro são as concepções de organização e gestão, ou seja, a técnico científica, a auto-gestionária e democrático participativa e a interpretativa.”
            Sendo assim será analisadas cada uma delas, de forma a permitir melhores esclarecimentos e sanar possíveis dúvidas sobre as mesmas.
            Gestão Técnico Científica: Se caracteriza pela hierarquia de cargos e funções, seu fundamento esta nos princípios empresariais. Também é marcada por especialização de tarefas, pelo poder centralizado na figura do diretor, pela preocupação com o cumprimento de normas e controle das atividades, pela prioridade nas tarefas preestabelecidas em detrimento das pessoas. A comunicação nesta gestão era linear, ou seja, de cima para baixo, sempre baseado em normas e regras, dá-se mais ênfase e importância as tarefas do que as pessoas.
               Gestão Autogestionária: Esta gestão tem seu fundamento no trabalho coletivo, nas ações como fruto das decisões dos segmentos que fazem parte da comunidade escolar. Nesta gestão nota-se acentuada participação de todos os membros da instituição escolar, onde se dá ênfase às relações entre os indivíduos em detrimento das tarefas. O poder é coletivo visando a preparação de formas de autogestão no plano político. Ocorre também a acentuação da responsabilidade coletiva e a recusa às normas preestabelecidas.
               Nesta gestão ocorre a ausência de poder centralizado na escola, e pela experiência democrática, com o objetivo de expandir essa experiência na sociedade em que se esta inserido. Existe o vínculo das formas internas de gestão com as formas de autogestão social, como já citado as decisões são coletivas através de assembléias e reuniões, dando  ênfase ao exercício de autoridade e poder.
               Nesta modalidade de gestão está presente a auto-organização de grupos de pessoas da instituição, por meio de eleições e alternância no exercício de funções. As normas são recusadas, existindo o sistema de controle, que incentivam a responsabilidade coletiva.
               Acredita no poder da instituição e recusa todo poder instituído, é a favor da prática de participação e auto-gestão, como forma de contestar o poder instituído.
               Gestão Interpretativa: Esta gestão afirma que a escola é uma realidade social subjetivamente construída, não dada nem objetiva. Privilegia menos o ato e mais a ação organizadora, com valores e práticas compartilhadas.
              Sua ação organizadora valoriza muito a interpretação de valores, as percepções e os significados subjetivos, dando destaque ao caráter humano e preterindo o caráter formal, estrutural, normativo.
              Democrático- participativa: Caracteriza-se pela busca de objetivos comuna, sabendo que todos são responsáveis por tudo quanto acontece na instituição de ensino. Nesta modalidade de gestão, busca-se manter relações solidárias e participativas; porém também valoriza a organização interna, o principal instrumento é o planejamento participativo, constituindo-se o mesmo em um processo político. Ocorre a definição por parte da equipe escolar, de objetivos sócio-políticos e pedagógicos da escola. A articulação da atividade de direção com a iniciativa e a participação das pessoas da escola e das que se relacionam com ela. Procura buscar a objetividade em relação às questões de organização e gestão através de informações.
             Volta-se para acompanhamento a avaliação sistemáticos cm finalidade pedagógica: diagnóstica, acompanhamento dos trabalhos, reorientação dos rumos e ações envolvendo a instituição e seus integrantes, tomadas de decisões. De acordo com a gestão democrático-participativa, todos dirigem e são dirigidos, avaliam e são avaliados. Procura valorizar tanto as tarefas, quanto ações.
             São muitos os fatores que contribuem para que haja uma mudança em prol do processo democrático. A descentralização de poderes, por exemplo, pode-se citar como essencial para que todos quanto participam do processo educativo sintam-se re4sponsáveis em participar das decisões em relação a vida escolar. Em uma gestão democrática, considerando os objetivos do trabalho e aceitando a decisão da maioria. Outro fator importante é a avaliação, por ser imprescindível no sentido de fundamental o nível de participação de cada agente, assim como procurar identificar erros e acertos, possibilitando o redirecionamento do trabalho na instituição de ensino.
               Para que se construa uma gestão democrática e participativa, faz-se necessário a quebra de paradigmas, que estão arraigados a conceitos antigos. Espera-se, portanto que gestores, professores, pais e comunidade em geral, sejam os agentes transformadores na promoção do novo ambiente. Pois todos juntos com certeza poderão implementar um modelo em que tem igual importância em todo processo educacional.
            É necessário, portanto que no diretor tenha clareza do que sua atuação esteja voltada para os objetivos comuns e sua postura para a transparência de ações, pois é ele quem organiza e gerencia todas as atividades da escola, sendo auxiliado pelos demais componentes da instituição de ensino. O gestor deve ter convicção de ser papel dentro da instituição, para que possa sempre estar promovendo momentos de reflexão, abertura ao dialogo e, principalmente, procure estabelecer a participação de todos, em todos os momentos vivenciados pela instituição, sejam agradáveis ou desafiadores.
              Quando se aborda a gestão democrática escolar, é preciso fazer uma análise para além dos muros da escola. Nesse sentido a educação ganha novas formas e exigências, para que possa ser vista como um espaço democrático, deve-se supor que exista uma convivência e dialogo entre que desejam uma ação diferente. A escola então, busca ser um espaço democrático, aceitando a pluralidade de idéias e convivendo com elas, articulando todos os segmentos da comunidade escolar e local.
               A instituição escolar, no cumprimento de seu papel e na efetuação da gestão democrática, precisa não só criar espaços de discussão que permitam a construção coletiva do projeto educativo, como também criar e sustentar ambientes que favoreçam essa participação.
               A gestão democrática, segundo (LUCK, 2006, p.57):
“É um processo em que se criam condições para que os membros de uma coletividade, não apenas tomem parte de forma regular e contínua, de suas decisões mais importantes, mas assumam responsabilidades por sua implementação.”
            Durante este processo, os sujeitos são desafiados assumir a autoria e co-responsabilidade pelo planejamento, efetivação e resultados das ações de gestão, fortalecendo o poder coletivo. Muitas escolas estão aos poucos aderindo a esta modalidade de gestão, não mais fechando-se a argumentos, opiniões e ações, desta forma a modalidade de gestão democrática tem em muito modificado o cotidiano das instituições de ensino


3.1 Gestão Democrática: Nova Postura

               A gestão democrática está prevista na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/1996), e, na Constituição Federal de 1988.
               Onde, de acordo com a LDB, as escolas devem produzir de forma participa, o Plano de Gestão e o Projeto Político – Pedagógico. Tendo em vista a implantação e sucesso da gestão democrática, a mesma deverá fazer parte do cotidiano escolar, através de práticas integradas no ambiente de ensino, envolvendo tanto o pedagógico, quanto o administrativo.
              A gestão democrática visa à participação da comunidade escolar, entre eles o CCE e outros instâncias que participam das ações do ambiente de ensino.
              Diante dessa modalidade de gestão, a escola passa a ser responsável por suas ações, bem como suas dificuldades de conquistas. Assim como recompensas de suas vitórias.
               Realiza-se uma parceria entre a escola, comunidade e empresas, não existe mais o poder centralizado e único do gestor. Responsabilidades são compartilhadas, todos participam, envolvem-se e auxiliam. Movem-se em favor de bom andamento da instituição de ensino, procurando meios de que seus problemas sejam sanados, desafios superados e dificuldades sanadas. Não que seja fácil implantar essa modalidade de gestão, juntamente com suas responsabilidades, sendo as mesmas focadas na figura do diretor, em conjunto com aqueles que com ele participam de todo esse processo, em busca de alcançar objetivos e metas que possibilitem cada dia o avanço da instituição de ensino para conquistas futuras.
               A gestão democrática vincula-se a coordenação de atitudes que visam a participação social no planejamento e elaboração de políticas educacionais, também na tomada de decisões, bem como definem meios de aquisição de recursos e sua utilização.
               As escolas com sua equipe têm aos poucos se preparado para assumir essa modalidade de gestão, umas mais lentamente, enquanto outras com mais facilidade, dando abertura ao Conselho de Escola, Grêmios Escolares, CCE, professores, e outros.
               Os pais passam então a sentir-se participantes, da escola, convivendo em um novo ambiente de ensino, tendo liberdade para se expressarem, são ouvidos, assim como aprendem a ouvir. Segundo ( PAULO FREIRE, 2007): “ Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo. Os  homens se educam entre si, midiatizado pelo mundo.”
               Desta forma todo trabalho é realizado em conjunto, todos caminham, todos e olham em, uma mesma direção, buscam os mesmos objetivos, traçam a alcançam metas tendo vista um futuro onde todos participam de maneira ativa e integrada.  
               


CONSIDERAÇÕES FINAIS

            A educação é fundamental em qualquer época, devendo ser considerado e levado a sério. Houve um tempo em que era privilégio dec alguns pouco privilegiados, passando então mais tarde a ser utilizada para formação de mão – de- obra, porém mesmo em todos esses momentos e época, houve alguém responsável por sua organização e sistema. Essa era a figura do diretor que deveria ser alguém respeitado, de boa reputação e a quem logicamente todos obedecessem, tornando-se como já citado, responsável pelo ambiente de ensino, organizando horários, controlando a freqüência de alunos, professores, cuidando pára que tudo ocorresse na instituição da melhor maneira possível. Para tanto envolvia-se em papéis, burocracias, não tendo tempo para interagir com comunidade escolar, devendo prestar contas ao governo vigente sobre a situação da instituição de ensino.
           A educação ao longo dos anos tem sofrido grandes mudanças, sendo estas de vital importância para que se com siga produzir um ensino de qualidade, voltado para o bem coletivo. Passa-se então a partir dos anos 90, a não mais utilizar o termo administração, mas gestão. Esta nova visão deixa de ser centralizada em uma única pessoa, abrindo espaço para que a comunidade escolar possa participar dessa nova postura assumida pelo sistema educacional. É claro que novos pensamentos e ações trazem receios para alguns que preferem fechar-se a novos tempos.
            Senso assim todos aqueles que se comprometem com  essa nova postura educacional, tendo em suas ações pensamentos como os de (LARROYO): “ Não podemos ensinar cm coerência se não conhecemos o objetivo exato a ser alcançado.”
            É claro que desafios existem, mas é necessário que sejam superados em favor da qualidade educacional, onde não mais existe a pessoa centralizadora do diretor, sendo então chamado atualmente de gestor, com uma visão mai9s ampla, optando entre várias por uma gestão democrática, que esteja em contato constante com a comunidade externa, fazendo os mesmos parte de Colegiados, estando sempre em formação. Dessa maneira sentem-se capazes de estimular seus alunos a empenharem-se em sua aprendizagem. A gestão deve ser vista com condições para que ocorra seu avanço em conjunto com toda comunidade escolar.
            Para que faça uma boa gestão, o gestor precisa ter clareza de seus objetivos, tendo certeza de que muito se espera dele, olhos se voltam para a escola onde atua, esperando que algo novo aconteça, nova postura, ações e atitudes. Todos na comunidade escolar esperam que seus pensamentos sejam considerados e ouvidos, desejam ser chamados a participação coletiva, para serem realmente participantes de uma gestão democrática, que a todos acolhe indistintamente.
             

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BRASIL, Decreto Estadual, nº 248, São Paulo, 2000
BRASIL, LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9394/96, inciso VII, ARTIGO 3º
LIBÃNEO, J, C. Organização e Gestão da Escola: Teoria Prática. Goiânia, Editora Alternativa, 2001
FROEBEL,Frederick, A educação do Homem,1826, p.48.
LARROYO,Francisco, História Geral da Pedagogia, São Paulo, Editora, Jou, 1974, p.739.
HARDIN, Garret, A Ciência Social no Mundo em Crise, São Paulo, Perspectiva, 1973, P.210.
LUCK, John, Perspectiva da Gestão Escolar e Implicações quanto à Formação de seus Gestores, 2000, p. 16.
DEWEY, John, Democracia e Educação, Zahar Editores, 1976, p.451.
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LARANJA, M. Discutindo a Gestão de Ensino Básico, Porto Alegre, Artmed, 2004.
ALOSONSO, Myrtis. O Papel do Diretor na Administração Escolar, Rio de Janeiro, Bertand Brasil.
GADOTTI, Moacir, História das Idéias Pedagógicas, 1986, p.175.
FREIRE, Paulo, Pedagogia da Autonomia, 1996, p.36
FREIRE, Paulo, Educação como Prática de Liberdade, São Paulo, 2007.
SANTOS, S, Clóvis, Roberto, O Gestor Educacional de uma Escola em Mudança, São Paulo, Thompsom, 2002.
ROSSI, Lúcia, Vera, Desafio à Escola Pública: Tomar em suas mãos seu próprio destino. Campinas, Cadernos Cedes, 2001, p.92-107.
PARO, Henrique, Vitor, Gestão Escolar Democrática- Desafio para o Gestor, 1997, p.149.

































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